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Ferramenta para decisões em tempos de crise

Atualizado: 24 de set. de 2021

Consultores orientam como mensurar a saúde financeira da empresa através de indicadores de desempenho econômico-financeiros.


Por João Paulo Macena – Algo Mais Consultoria e Assessoria


Nos tempos antigos, era comum que as pessoas usassem “sinais do universo” para tomar decisões. Oráculos, cartas, dados. Neste século XXI, outro tipo de dados são a resposta para nossas perguntas, ou melhor, embasam a tomada de decisões assertivas. Aos empresários, mensurar a saúde financeira do negócio através da gestão de indicadores de desempenho econômico-financeiros é algo fundamental para o sucesso da gestão empresarial, sobretudo em períodos de incertezas, como este do isolamento social devido ao novo coronavírus. A saúde financeira deve ser analisada, primeiramente, pela Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), item que, segundo Maurício Oliveira, consultor da MAMO Consultoria e Assessoria Empresarial, é crucial para organizar as finanças – as quais devem ser sistematizadas através de bons registros, para que se possa iniciar todo o trabalho.  

De acordo com Maurício Oliveira, didaticamente falando e de forma sintética, a DRE constituída pelo somatório das receitas, deduzindo-se os custos variáveis e despesas fixas. Nesta análise, conseguimos identificar a margem de contribuição, lucro operacional e o lucro líquido. “Toda empresa precisa ter DRE, principalmente para saber as porcentagens de cada custo e se ela está tendo lucro ou não”, frisou.

Além da DRE, o consultor recomenda que outros indicadores, como o total da receita e o faturamento segmentado por produto ou serviço, também sejam acompanhados periodicamente por cada setor da empresa, entendendo quais deles devem ser vistos por dia, semana, mês ou trimestre, por exemplo. Para acompanhar bem esses e outros indicadores, é preciso ter um bom sistema para registrar as ações, entradas e saídas de dinheiro, compilando os dados e transformando-os em relatórios. “Para otimizar as tomadas de decisão, entender a viabilidade da empresa e utilizar bem os indicadores econômicos financeiros é importante que se tenha uma garantia de que os dados estão sendo registrados de maneira correta. Muitas empresas não têm bons indicadores econômicos financeiros porque não têm bons registros”, ressaltou. Separar finanças pessoais e empresariais Outro item essencial para pensar a saúde financeira do negócio é separar os ganhos da pessoa jurídicas das despesas da pessoa física. “Misturar as finanças pessoais com as contas da empresa pode ser fatal para o seu negócio. Organização é a palavra-chave para ser bem-sucedido nas finanças da empresa”, afirmou a consultora financeira Alana Braga. Algumas estratégias para que essa separação seja feita de maneira eficaz são ter contas correntes separadas, não usar a conta da empresa para pagar despesas pessoais, e definir o pró-labore, a retirada mensal para remuneração do empreendedor. “Esse é um desafio que deve ser vencido para que o negócio tenha investimentos e possa prosperar”, defendeu a consultora. Os dados também podem ajudar na organização neste ponto. Tecnologias como softwares de gestão de fluxo de caixa para o CNPJ e aplicativos gratuitos para organizar finanças pessoais podem gerar informações preciosas sobre onde e como está sendo gasto o dinheiro tanto da empresa como do empresário.


Como usar os dados


Para tomar decisões envolvidas com a mensuração da saúde financeira da empresa por meio de indicadores, o gestor precisa fazer uma análise dos dados da empresa. Seguem algumas dicas importantes para curadoria de tais dados:

  • Investir um pouco de tempo para fazer essa análise de dados é a saída. Tenha sempre boas planilhas de registros.

  • Os dados precisam ser bem tabulados, identificando bem o que são as receitas e o que são impostos pagos, quais são os custos e se o rateio deles está certo ou não;

  • Coloque esses dados dentro dos painéis de relatório, fazendo um gráfico da receita diária da empresa;

  • Por fim, o gestor deve discorrer sobre os gráficos. Sentar-se com as lideranças e tomar decisões a partir dos dados em reuniões periódicas e breves, mesmo – e principalmente – em tempo de pandemia.

“Nesse momento, as empresas precisam dos números. Algumas já estão tomando decisões focadas em redução e apertando a estrutura organizacional para poder sobreviver ao coronavírus. Não é a hora de tomar decisão de qualquer jeito. Mais do que nunca, esse é o momento de termos bons sistemas financeiros, para que tenhamos bons sistemas de análise e tomemos decisões como base nos indicadores econômico-financeiros”, concluiu Maurício Oliveira.

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